não fosse o riso fácil que nasce solto
como um leve e terno abraço
mesmo distante, mesmo sem ser visto,
aliviando a vida e seu cansaço?
O que seria de nós
sem este abraço
morno,
sem este poema contido,
sem este ser em nós?
Ah ...
O que seria de nós, não fosse a poesia bravia,
o mar que nos bate e os pingos de sol?
O que seria de nós, não fossem os laços refeitos...
docemente rarefeitos, úmidos de manhã e sal?
Não sei...
Não tenho a resposta precisa, exata e sensata...
Só sei que não seríamos os mesmos.
Só sei que sem poesia, sem esse gosto de maresia,
Seríamos mais sós, mais nós e bem menos alegria.
E assim, a vida teria menos graça,
o riso seria por pirraça e não espontâneo e franco como este
que nasceu agora.
Somos o âmago do verso,
o inverso do incerto, a pureza do arrebol.
Somos a pura essência da prosa, o abraço morno da rosa
quando se deita mansamente no terno afago do sol.
O que seria de nós? !
O QUE SERIA DE NÓS – Lena Ferreira & Marcia Poesia de Sá
– dez.14
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