Enganam-se os que julgam-me pelo sorriso
Que na minh'alma não alimento dores
Pois em mim nada há do que dizer-se preciso
.
A não ser a ânsia louca pela vida; mais nada
Julgam-me por esse sorriso espontâneo
Farto; larga calçada de poesia embriagada
.
Sequer sabem das dores camufladas
Que carrego no meu pesado peito
Dos pedregulhos pisados pelas estradas
.
Não avaliam o causado efeito
em mais uma dura jornada
De tornar feito o que foi desfeito
e ainda rir como se fosse nada
Lena Ferreira, Cleusa & Dhenova
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