São largas essas horas de espera
erguendo monumentos em minh'alma
com estranha estrutura que não se tolera
abalando os alicerces da minha calma
A inquietude cala no peito o seu latejo
Queria apenas uma centelha de serenidade
fim de toda agonia, mas saída não vejo
O tempo ergue muros de eternidade...
Clamo, ao vento bom, por uma resposta
que seque a angústia extravasada como fontes
e me ponha muito mais e mais disposta
a quebrar os muros e reerguer pontes
Busco no ar puro, aromas de esperança
onde povoar o coração com novas cidadelas
confiar, pois quem espera sempre alcança
e chega, enfim, o instante que a dor se debela
HORAS DE ESPERA - Lena Ferreira & Rosemarie Schossig
Torres