terça-feira, 30 de março de 2010

DA FUSÃO DAS ESSÊNCIAS

Nada mais sagrado que sua miragem
tônica do bem, luz do bem querer
pois preciso mesmo estar com você

Nada mais tristonho que sua ausência
marca da tristeza, qual desilusão
dessas que dá nó e marca o coração

Nada mais preciso que o seu sorriso
razão da minha existência serena
e do amor, a satisfação mais plena

Nada mais completo que o seu amor
essência perfumada de alecrim e mel
que faz o meu ser sentir-se no céu

Por isso, não se ausente novamente
Sem você, não há vida na vida minha
Serei apenas alma vaga que caminha...

Marçal Filho/Lena Ferreira
Minas/Rio 30/03/2010

segunda-feira, 29 de março de 2010

A VIDA É LEVE

Engoli o pensamento
sem ao menos ponderar
o tempo da digestão

Nauseado, vomitei palavras
ácidas, destemperadas
beirando a combustão

Tem vezes que ruminar
deveria ser inevitável
no entanto, a pressa contradiz

E o que poderia ser repensado
sem pensar deixamos de lado
pra dizer o que não se quis

A vida tem mistérios
que não podemos desvendar
então vamos acumulando tudo
para depois tentar reciclar

Mas na briga contra o tempo
somos o lado leve da balança
se não tomarmos cuidado
a vida leve voa; ou dança!

Lena Ferreira/Marçal Filho
Rio/Minas 29/03/2010

domingo, 28 de março de 2010

OLHOS D'ÁGUA

Na linha do horizonte
está seu olhar a provocar
todos os meus sentidos

É para lá que navega meu barco
depois de perder o juízo
ao procurar outro destino

E na busca do seu porto
ouço o sussurro das águas
a conspirar com o vento

Fecho os olhos e num instante
sinto a brisa roçar no meu rosto
como se fosse o seu beijo...


(Janete do Carmo & Lena Ferreira)

quinta-feira, 25 de março de 2010

PACTO

Juntamos nossos papiros tantos
Coagulamos os desejos, cantos...
Tiramos o sal da verve...
Reposicionamos os pontos...

Traçamos a metas; espanto!
Pousamos a pena, na reta...
Pincelamos a primeira tela
Derramamos a tinta, obsoleta

Espalhamos as letras; soltas
Aguamos todos os sentidos
Aglutinamos as folhas, envoltas
Outonamos os verões vividos

Riscamos os rascunhos mortos
Retiramos as mórbidas teias
Retorcemos os verbos tortos
Reavivando as nossas veias...

Assinamos documentos
Cujos autores, somos nós mesmos
Desfizemos nós de medos
Refizemos nossos anseios

Estabelecemos novas metas
Com pingos de tinta vermelha
Seguidoras dessas setas:
Versos para amar como centelha!

(Márcia Poesia de Sá & Lena Ferreira)

quinta-feira, 4 de março de 2010

AO SOM DE VIVALDI

Vejo luzes refletindo nos cristais
Com a magia dum salão pra se dançar
E o namoro majestoso dos casais
Só uma dama tão quieta sem seu par

E ao som dum violino ouço Vivaldi
Tomo coragem para me aproximar
O olhar da dama triste me invade
E deixo a alma conduzir o meu falar...

Ouvindo o que me diz, timidamente
Estendo a mão, enviando um sorriso
E entrego-me ao valsar, serenamente

Seus passos são mais do que precisos
E envolvem minha alma, mansamente
Levando-me, facilmente, ao paraíso.

Marçal Filho/Lena Ferreira
Minas/Rio 02/03/2010

COMPORTAS DA ALMA

Perdida em preamar
De desilusão
Abriu comportas da alma
Deixando sentimentos
Profundos
Submersos na memória
Sem vias de perdão
Sair do limbo ...


Extravazou sentires
Amanhecidos
Nos porões do pensamento
Deixando-os escorrer
Pelas fendas tênues
Da língua
Em verbos brutos
Sem reflexão ...



(Mazéh Lage & Lena Ferreira)

Varginha/MG / Rio/RJ

- Março/2010

terça-feira, 2 de março de 2010

EQUÍVOCA ONDA

Convido-te a voltar ao meu mar
Veja como ele está turbulento...
Efeito dos tantos lamentos vãos
Defeito de um peito tão passional

Irracional sentir sem base
Sensoriais amores que eclodem
Direcionando aguas salgadas
Nas nossas ondas que sempre explodem

Maremotos de sentires tantos
Dão vazão a conflitos passageiros
Nossas metades num quase inteiro
Rendem-se ao bater nas pedras

E em tantos tons nos desfazem
Refazendo as cores das paisagens
Um mar revolto, hoje calmaria
Um belo bailar da amizade em alegria

(Lena Ferreira & Márcia Poesia de Sá)