sábado, 23 de março de 2013

IMERSÃO


Imersão

Ah, essa placidez inequívoca
ilusória visão abstrata
calmaria de um olhar em tochas
rumores vulcânicos em solo silente

Ah, esta quietude aparente
nada calma, nada sensata
nada em lavas ferventes
poemas silentes de adeus!

Ah, essas ondas que vem à garganta
nessas fases, tão loucas e tantas
reviram o avesso do verso e do sal
e espumam borbulhas agridoce de amar

Ah, de repente, esse verbo eclode
derrubando as paredes suspensas
e alimenta este incêndio doente
que cala, somente, nas águas do mar

Márcia Poesia de Sá e Lena Ferreira - 2013

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