sábado, 28 de março de 2015

MARES E MARÉS

Tu que tanto te perdes por entre barreiras que não compreendo mesmo sendo paredão da imensidão, enquanto eu liquefeita, sigo... Buscando nas curvas dos brilhos das luas que perdi algo de mim...como riacho doce.


Tu, que de deságues és nascedouro e te derramas sob solos inférteis, povoando-os de ondas e sementes, adubando cada canto com suores e espumas e acompanha a gestação dos grãos, enquanto eu de pertinho observo maravilhada com que tamanha fluidez fazes vingar flores num deserto de sentires.


Ai, como podes ser assim? Tão mar sendo rio apenas... Tu que me derivas e me nomeias como infinito...quando sou tão finita no bradar de tua voz que engulo o silencio quando a saudade de ti me avança como maremoto...que sou cargueiro de histórias....guardando em mim a imagem do veleiro de nós.


Então façamos assim...Partamos, oceanos nunca dantes navegados! Desimportemo-nos com rotas, rumos ou rótulos! Abandonemos cargueiros; usemos os braços incansáveis e em mergulhos profundos descobriremos o que há além dos limites impostos pelas ondas que apavoram a quem nos olha de tão longe e, por tão longe, temem em nós o mergulho.



MARES E MARÉS - Marcia Poesia de Sá de Marcia Poesia de Sá​ & Lena Ferreira​ - mar.15

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