sábado, 23 de janeiro de 2010

SUSTO

Minha pele arrepiou-se toda
Quando a palavra saiu de trás da porta
Desenfreada, livre e solta
Mostrando a sua cara tosca e torta
.
Meus olhos arregalaram-se um pouco
Quando avistaram seu insensível rosto
Desgrenhado, perdido e louco
Na boca, língua oprimida por desgosto
.
O coração palpitou sobressaltado
Nas ondas das lágrimas que escorria
Pois não esperava um dizer armado
Com indiferença, julgamento e ventania...
.
Minha alma compreendeu, com custo,
Que toda aquela desesperada situação
Não foi nada mais que um grande susto
Fruto da minha tão fértil imaginação

Depois do susto, com carinho e mil dedos
Dizia-me segurando um lindo buquê na mão
Que o mistério do medo tem seus segredos
Eternamente inscritos, com amor, no coração.

(Janete do Carmo & Lena Ferreira)
Palestina/ Rio de Janeiro
2301-2010

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