sexta-feira, 15 de outubro de 2010

SOLTURA

Palavras esquecidas num canto de boca,
memórias espremidas
entre os pequenos espaços...

No calor da hora, fiou-se um brado,
abortado por culpas, desculpas, remorsos.

Preso por um fio, o grito
só foi visto no rabo de olho...

Recolho, ainda, o pranto
esparramado no afã de consertar
adeus inevitável.

(...)

Letras distorcidas no eco da alma
verbos reprimidos
pelos vãos que vão...

Na frieza do segundo decisivo, um gemido
acoitado por desafios, valentia e deboche

Solta-se, enfim, o verbo bendito
vai com o vento sem laço

Escolho, então, o canto
esparramando minha voz terçã
liberdade infindável!

Juleni Andrade & Lena Ferreira

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