sexta-feira, 10 de agosto de 2012

AGORA



AGORA...

Encontrei sobre a relva algumas flores do campo, suas folhagens frias e molhadas da chuva que passara. Percebi que suas pétalas se abriram com o calor dos fios solares que emanou entre as nuvens cinza e que tocou o chão, o ar e o semblante meu. Curvei-me com o intuito de tocá-las. Não colhê-las. Tenho ciência que se o Sol novamente se recolher elas se fecharão em espera, pois a ausência do calor silencia sua essência... Senti a umidade flutuando em cada pétala como aragem em semi-estio onde o frio vai e vem e tão bem que minha pele inteira estremeceu e os pelos dos meus braços nus formaram um pelotão de espinhos maleáveis mas eriçados e eu sorri; senti-me viva, sensível novamente...

Caminhei sobre a grama, e senti no toque dos meus pés uma energia incrível, o que na certa constata a minha sensibilidade... A sensação de estar viva realmente me deixou feliz. A brisa fresca que envolveu minha pele exalou uma fragrância de flores, que refrescou o pensamento, e combinou com os raios solares no porvir da minha esperança.

Assentei a poesia enquanto entorno a mente e o corpo para o céu fitar e o faço com os olhos bem aberto, piscando versos de gratidão ao Astro que chega em resposta aos meus pensamentos... Pensamentos de luz e paz. Logo contemplo o firmamento se entender num azul suave, partículas de nuvens se espalham dando lugar a uma leve garoa que chegou para abençoar o arco-íris que rompeu a tela gris e coloriu miraculosamente o inverno já passado, já sentido... Agora é brasa, é brisa, é brandura... Não teço um movimento, não posso irromper esta metamorfose... Eis que seja o momento de brandir os dedos em despedida ao que se foi, alçar o mais alto voo ao novo horizonte, ao momento novo de mim... Ao agora.


Angela Chagas, Bia Cunha e Lena Ferreira

Um comentário:

  1. Mãe, esse foi bom demais fazer.
    Agradecida pelo incentivo e abertura na comunidades.
    Grata!

    Amo!

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