segunda-feira, 16 de abril de 2012

DE TROPEÇOS E RECONCILIAÇÕES



Lágrimas geladas ensaiam lavar meu rosto
Escorrem consigo o rímel, blush e batom
Ressinto na boca o tão conhecido ácido gosto
Silêncio lambe-me e apaga todo o som

Vejo a razão delirante a se esconder no canto
Tateio e tropeço nas lamentações passadas
Caio, inevitável, em um poço escuro de pranto
Espalmo o chão para proteger a face já machucada

Reverto a palma da mão e enxugo e sujo o semblante
Aspiro coragem, levanto-me e ensaio alguns passos
Nessa hora,os soluços doídos não são mais constantes

Lentamente me ergo, abaju aceso, fito a serenidade e nela me enlaço
Gradativamente me descubro, corpo teso, fita carmim e falsa..
Tateando a lembrança do teu corpo em mim num abraço
Silenciados e amantes reinventamos nossa valsa

Lena Ferreira, Bia Cunha e Gustavo Drummond

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