segunda-feira, 16 de abril de 2012

RECONSTRUÇÃO



Ainda que eu sofra, preciso sentir 
Preciso ver as pedras espalhando-se no chão 
Quero completamente me ver ruir 
E me re-conhecer nessa reconstrução 

Ainda que a noite não tenha luar 
preciso enxergar o que antes não via 
retirar as vertigens que me permitiram sangrar 
e aguardar o nascer de um outro dia 

O bom que ele sempre nasce... por fora ou por dentro 
e tem o dom de transformar a quem se permite 
quando me tranco, não desfolho apenas resseco, sem intento 
mas se me abro, a vida me abraça e nenhum mal insiste 

Ainda que eu viva menos triste, abraçarei as estrelas 
Deitarei na lua com travesseiro de nuvem 
Avançarei às noites permitindo-me vê-las 
sem permitir, não mais, que meus olhos turvem 

Angela Chagas, Bia Cunha e Lena Ferreira

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