sexta-feira, 27 de julho de 2012

TURBILHÃO





São cacos, sim. Cacos
que brilham ao chão 
Turbilhão, tubarão
Caçadores de mim 

A vaidade não me impele
Minha idade, um querubim 
Em sonhos me revele
voar para além do fim 

São sonhos, sim. Sonhos
que navegam pra fora da escuridão 
Intenso e extenso, em puro lume
Vagalumes risonhos 

Levo no meu cajado rebanhos
Permito-me à imaginação 
semeio contos, romances e ilusão
e colho estrelas com brilhos tantos 

Constelo um novo céu
que na retina se refaz
Volto então ao turbilhão
Aos anjos e luzes 

No papel o fel da plenitude
Vasto na embriaguez ao léu 
Abro mares intensos, 
correm todos os eus, escarcéu 

arranha-céu de folhas desnudas,
regadas de tinta e sal 
Novamente os cacos e sonhos
cruzam minha incerta estrada 

O perdão de fala abrupta
Sinceridade exposta nessa caminhada 
Assento em calmaria a brasa
para aquecer o frio, a queda, toda jornada 

Substituo frases, texto e poemas
por silêncio, mantra e um sorriso 
Acompanhada de mim sigo
encerrando aqui o turbilhão de teoremas 


André Anlub e Bia Cunha

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